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Ramon revela jovens no radar da seleção olímpica e lamenta ainda não ter comandado Endrick: 'Queria, mas Palmeiras não liberou'

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Ramon Menezes cita 'problema' com o Palmeiras por Endrick: 'As portas da seleção brasileira vão estar sempre abertas'

Quase sem jogar em seu clube, atacante ficou de fora da lista de convocados da seleção olímpica

OBrasil inicia a sua caminhada rumo a mais uma Copa do Mundo nesta sexta-feira (8), em duelo com a Bolívia. Um dia antes, porém, começa um outro importante ciclo da seleção. A equipe sub-23, que tenta conquistar a medalha de ouro pela terceira vez consecutiva, entra em campo em dois amistosos contra Marrocos, em duelos que terão transmissão pela betfair no Star+, nos primeiros testes preparatórios para Paris 2024.

E apesar de não ser a equipe principal, a seleção brasileira olímpica conta com nomes de peso, como Vitor Roque, Paulinho, Marcos Leonardo, Robert Renan e Andrey Santos, todos atletas que brilham intensamente por seus clubes e são considerados "o futuro do futebol brasileiro". A convocação poderia ter uma outra grande estrela, Endrick, atacante de apenas 17 anos e que já está negociado pelo Palmeiras com o Real Madrid.

Ele, porém, acabou de fora da lista. Em entrevista exclusiva ao betfair.com.br, o técnico Ramon Menezes explicou os motivos da ausência do atacante. Segundo o treinador, o fato de Endrick ter sido vetado pelo Palmeiras em convocações passadas atrapalhou a chance deles se conhecerem melhor.

"Se trata de um atleta muito promissor. Eu já o convoquei aqui em algumas oportunidades. Queria muito ter trabalhado com ele, mas o Palmeiras não o liberou. É um atleta que sempre está no nosso radar. A gente tem monitorado, tem acompanhado e daqui a pouco é um atleta que pode vir a ser convocado novamente. É um jovem, que pode até mesmo disputar o Mundial sub-17. É muito promissor. Gostaria de ter trabalhado com ele no Sul-Americano, no Mundial. Mas as portas da seleção brasileira vão estar sempre abertas para um jogador como ele", iniciou o técnico, citando também outros atletas que "está de olho", mas não foram convocados: "O Pablo Maia é um jogador muito interessante, que eu gosto muito, que vem muito bem no São Paulo. O Beraldo já teve oportunidade de estar conosco na sub-20 e é um atleta que eu gosto muito, mas optei por trazer o Morato, que vem bem no Benfica, tem idade olímpica."

A situação citada por Ramon com Endrick, aliás, é tratada com normalidade pelo técnico, já que os clubes podem pedir a desconvocação de seus atletas em seleções de base na maioria dos jogos, que não são considerados Data Fifa e, com isso, não paralisam o calendário. No Mundial Sub-20, por exemplo, além do atacante palmeirense, atletas como Vitor Roque, o lateral Patryck, e alguns outros, acabaram vetados de atuar a pedido de suas equipes, que contavam com os atletas no mesmo período.

"Esse é o nosso trabalho. Desde a minha chegada aqui eu já sabia dessa situação. Nós vamos a uma competição agora, que é o Pan, que é de 20 de outubro a 5 de novembro. Então, um atleta convocado, ele vai perder praticamente cinco rodadas do Campeonato Brasileiro. Quando o clube não libera o atleta, a gente entende, quando libera, a gente fica muito feliz. Nosso trabalho é aumentar esse leque de opções. Vê lá na frente como o clube vai estar dentro da competição, se é interessante naquele momento. A gente sabe também da importância de vestir a camisa da seleção. O nosso trabalho também é fazer essa relação com os clubes. No mês passado, fiz algumas visitas nos clubes para aumentar ainda mais o nosso relacionamento, que já é bom. A gente tem a esperança que os atletas sejam liberados, mas ao mesmo tempo já temos cinco, seis opções, em cada posição, se algum atleta não for liberado."

A tarefa de escolher o grupo de jogadores não é fácil, mas ao menos Ramon tem um "aliado" na hora de convocar os atletas: Fernando Diniz, comandante interino da seleção principal. Por conta da boa relação entre eles, o técnico do sub-23 teve o privilégio de saber antecipadamente a convocação para o time principal para poder escolher seus jogadores.

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'O trabalho da base sempre foi oxigenar a seleção principal': Ramon Menezes cita Vitor Roque e explica convocações para o time sub-23

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"Eu conheço muito bem o Fernando Diniz. Eu já tive oportunidade de, enquanto atleta, trabalhar com ele, jogamos juntos no Fluminense. O Fernando Diniz tem toda a liberdade comigo. Como ele está no Fluminense também, a gente ainda teve pouco contato. Fiquei sabendo que o Vitor Roque não seria convocado para a seleção principal antes. Mas o carro chefe é a seleção brasileira. O trabalho da base sempre foi oxigenar a seleção principal. E temos um radar monitorando atletas no mundo todo para fazer a convocação para a sub-23. Você pode ter certeza que é uma dificuldade muito grande, porque vários atletas que estão muito bem poderiam estar nessa lista."

Chegou a hora de quebrar o tabu no Pan?

Seleção com os melhores resultados esportivos na história do futebol, o Brasil já conquistou todos os títulos possíveis, seja no time principal, ou então na base. Mas em uma competição em específico, o time convive com grande tabu.

Nos Jogos Pan-Americanos, o Brasil não conquista a medalha de ouro no futebol masculino desde 1987. Para Ramon, chegou a hora de quebrar esse incômodo jejum. E o foco é tanto, que na convocação para os jogos contra Marrocos, ele chamou atletas como o goleiro Gabriel Grando e o atacante Paulinho que, por conta da idade, não poderão disputar as Olimpíadas no ano que vem, mas ainda podem jogar o Pan.

"Bom, nós temos duas competições agora. A primeira é o Pan. Nós estamos neste momento levando alguns jogadores nascidos em 2000, com idade para o Pan, que eu vejo como muito importante. Mesmo não sendo Data-Fifa, que a gente consiga levar ótimos jogadores. Essa convocação foi pensando no Pan e também no pré-olímpico. Eu acho que a pressão é normal, é natural. Quando eu cheguei aqui na CBF, o Brasil estava há 12 anos sem ser campeão sul-americano no sub-20. Nós conseguimos ser campeões. Então a pressão vai existir também no Pan, mas vamos trabalhar para tentar subir ao pódio."

Outro jogador nascido em 2000 e que, por isso, não poderá estar em Paris em 2024, é o meia-atacante Igor Paixão, jogador que surgiu no Coritiba e atualmente defende o Feyenoord, da Holanda. Segundo Ramon, seu ótimo desempenho dentro de campo fez ele merecer a oportunidade: "É a primeira convocação deste atleta. E ele não teve processo de adaptação ao futebol europeu. Já chegou, fez uma belíssima temporada, sendo campeão com o Feyenoord. Agora foi convocado. Esse tem que ser o caminho."

Rumo ao tri olímpico?

Depois de comandar a seleção sub-20 no título do Sul-Americano e também no Mundial, em que o Brasil foi eliminado nas quartas de final, para Israel, e ter tido a experiência também em alguns jogos como técnico do time principal, antes da chegada de Diniz, Ramon sabe muito bem como é a pressão dentro da seleção brasileira.

Ainda mais sendo ele o escolhido para buscar o tricampeonato olímpico, após campanhas de sucesso com Rogério Micale, em 2016, e André Jardine, em 2020.

"A gente sabe da nossa responsabilidade. Somos os atuais bicampeões, agora é uma responsabilidade buscar o tri, mas é passo a passo. Até lá, a gente tem um caminho, né? A gente já fala em Olimpíada, mas o processo até chegar lá a gente sabe como é que é, mas está muito confiante em fazer um ótimo trabalho. Eu acho que esse é o objetivo maior. Nós temos aí a próxima competição, que é o Pan, que serve de preparação. O pré-olímpico talvez seja uma competição das mais difíceis, mais difícil do que o Sul-Americano, porque o Sul-Americano classifica quatro para o Mundial e o Sul-Americano são duas vagas para as Olimpíadas. Mas é ter coragem e confiança nesses atletas. Temos uma ótima geração."

Após os dois amistosos com Marrocos, o Brasil já se concentra na disputa do Pan, e a convocação deve acontecer ainda no mês de setembro. Após isso, o foco é no pré-olímpico, em janeiro de 2024.

Próximos jogos da seleção brasileira olímpica:

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