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Copa do Mundo feminina no Brasil, e-Sports é esporte, apostas e Ana Moser: veja a entrevista do novo ministro dos Esportes à betfair

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Novo ministro do esporte, André Fufuca discorda de Ana Moser: 'Para mim esport é, sim, uma modalidade esportiva' (1:33)

Ex-jogadora de vôlei chamou atenção ao 'desdenhar' dos jogos eletrônicos durante seu mandato (1:33)

André Fufuca tomou posse como ministro do Esporte na última semana. O político, que expressou o compromisso em impulsionar diversas vertentes do esporte no Brasil, incluindo o olímpico, o paradesporto, modalidades amadoras e o esporte como atividade social e educativa, concedeu entrevista à betfair e comentou sobre o fato de ter substituído Ana Moser, demitida pelo presidente Lula como "parte da reforma ministerial organizada pelo Governo Federal."

"A gente recebe qualquer crítica ou elogio de forma natural. Sou formado na sociedade democrática, em que a gente tem que respeitar o ponto de vista de todos. Aqueles que aplaudiram, eu agradeço, aqueles que divergiram, entendo. Aproveito a oportunidade para pedir que eles venham ao ministério para ajudar. O ministério hoje está de portas abertas para todo o Brasil. Aqueles desportistas que acham que a gente terá dificuldades na condução, assim como as confederações, as federações que têm a mesma visão, venham nos ajudar, porque tudo soma, todas as ideias serão bem-vindas. E na construção do projeto que nós temos de democratização do esporte, é necessário escutar todos os personagens", iniciou ele, que admitiu não ter conversado com a antiga ministra.

A ex-jogadora de vôlei, durante seu mandato, declarou que não considerava esports como uma modalidade esportiva e foi muito criticada por isso. André Fufuca, seu sucessor, tem o discurso bastante diferente: "Para mim, é. Respeito o posicionamento da ministra, respeito o ponto de vista dela em várias áreas, mas nesse ponto vou ter que divergir. Pela quantidade de recursos que movimenta a economia em relação a esports e à quantidade de pessoas que todos os dias fazem uso. Não se pode negar a sua importância para o país. Terá todo o nosso apoio. Inclusive iremos fazer uma diretoria de esports, como já acontece em vários lugares do mundo, onde há departamentos específicos para essa modalidade. Nós temos hoje campeões mundiais dessa prática. Há vários tipos de jogos, que os campeões mundiais são do Brasil. E que ninguém conhece, a não ser aquelas pessoas que fazem parte dessa nova prática. Assim como existem departamentos na Europa e outros países da América do Norte, nós iremos usar dessa estrutura para fomentar, incentivar e acima de tudo, termos uma visão de apoio a uma prática, assim como temos em relação a outras práticas esportivas", apontou.

Por outro lado, o ministro confirmou algo que era citado por Ana Moser como um grande desejo: o Brasil será mesmo candidato a receber a Copa do Mundo feminina em 2027.

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Ministro do Esporte confia que Brasil sediará a Copa do Mundo feminina: 'Demos exemplo ao mundo em 2014'

Próxima edição do Mundial está marcada para 2027

"Um dos objetivos que temos aqui, dado pelo presidente Lula, é criar um projeto junto aos outros ministérios, de trazer a Copa do Mundo feminina. Nós estamos disputando para ser protagonista, para ser sede. Iremos executar um projeto para que o Brasil possa disputar com reais condições e, com a bênção de Deus, lograr êxito. Será ano que vem a escolha do país sede e nós temos estrutura condizente para isso. Nós temos grandes estádios, temos estrutura de grandes cidades, temos tudo o que a Copa do Mundo precisa. Demos exemplo ao mundo quando fizemos a Copa do Mundo masculina e a Copa do Mundo feminina, caso a gente consiga, faremos com grande brilhantismo, como o Brasil já fez no passado.

Entre outros assuntos, André Fufuca também falou sobre a regulamentação das apostas esportivas, detalhou as estratégias para acabar com as manipulações, que, segundo ele, "fere todos os princípios de parcialidade, de correção e transparência", e muito mais. Confira outras respostas do ministro:

P: O que o senhor pretende fazer e desempenhar no Ministério do Esporte?

André Fufuca: A gente tem um projeto audacioso, até porque estamos falando de um país com dimensões continentais, imagine só você fazer um projeto que vai atingir toda a Europa. O Brasil é muito maior do que isso. Então a gente sabe da dimensão e da dificuldade que será esse projeto. Mas nós temos na ideia democratizar a estrutura de qualidade do esporte para todos. Se você olhar hoje, nós temos 50% das escolas que não têm qualquer tipo de estrutura de esporte. Nós temos 60% da nossa juventude que não faz qualquer tipo de prática corriqueira e cotidiana de esporte. Nós temos grande parte das aldeias, quilombos, povoados e periferias sem estrutura alguma. Então, como é que a gente quer falar de um país, se tornar uma referência olímpica, ser uma referência em qualquer campeonato mundial se nós não damos o básico, que é uma estrutura digna para a juventude, para aqueles que são amantes do esporte. E pensando nisso, que a gente almeja avançar primeiramente na conscientização, iremos trabalhar muito para aumentar a estrutura física de todos os esportes no nosso país, sem esquecer de uma de uma área muito sensível e que tem um olhar de muita simpatia de nossa parte que é o paradesporto. Hoje nós somos a 7ª potência do mundo no paradesporto e temos uma grande dificuldade de incentivo para essa classe. Mas tenha certeza que nesse projeto nosso de democratização, nós iremos fazer o máximo para ajudar a todos aqueles que são simpáticos ao esporte e que, sem sombra de dúvida, levam o nosso nome aos quatro cantos do mundo. A gente tem a visão que esses esportistas e paradesportistas são um patrimônio esportivo do Brasil e merecem o respeito e, acima de tudo, a confiança do Ministério do Esporte.

P: Na sua chegada, você disse que o Brasil tem um esporte com qualidade quase zero. Eu queria que explicasse essa declaração.

André Fufuca: Eu não falo em relação a qualquer tipo de esportista ou paradesportista. Eu falei em relação à estrutura física do esporte. No começo da entrevista, eu realcei os problemas enfrentados hoje. E quando eu falei aquela frase, estava falando da estrutura de esporte do Brasil, que é totalmente deficitária. Quem é da periferia, do quilombo, da aldeia indígena, do povoado. Você acha que tem estrutura de esporte da sua comunidade adequado para que possa ser exercida a prática esportiva? A cada dois colégios no Brasil, um não tem estrutura qualquer. Acha que a estrutura do esporte no seu colégio é ideal para que você consiga praticar? Não é. As universidades, da mesma forma, grande parte delas com centros abandonados, no que diz respeito à prática esportiva. Então foi baseando-se na estrutura que nós fizemos aquela afirmação e queremos mudar esse cenário. E com muito trabalho, dedicação, eu tenho muito otimismo, esperança que nós iremos mudar.

P: Você acredita que hoje o orçamento é suficiente? O esporte de alto rendimento, você acha que tem receita para se sustentar?

André Fufuca: O orçamento é pequeno, mas nós iremos trabalhar para sua ampliação através da sensibilidade do Executivo, do Legislativo e nós iremos mostrar os nossos projetos, os nossos sonhos. Há aqueles que têm simpatia pela classe esportiva e tenho a certeza que iremos ampliar. O que tem hoje não condiz. O Ministério do Esporte foi recriado há menos de um ano. Até um ano atrás, tínhamos uma secretaria esportiva, então requer tempo. Mas esse tempo nós iremos aproveitar o máximo possível para criar um Ministério do Esporte com estrutura digna e orçamento digno para realizar aquilo que nos propomos, que é democratizar de uma forma de qualidade a todos os desportistas do nosso país.

P: Você já iniciou uma conversa nesse sentido com o governo em questão de orçamento, gestão de projetos? Tem como conseguir esse orçamento? Como conseguir viabilizar tudo isso que se quer fazer?

André Fufuca: No discurso de posse, eu fiz questão de dizer que o ministério hoje estava de braços abertos. E isso não foi apenas uma questão literal, figurativa, foi uma questão de fato. Nós já começamos a conversar com o executivo, com os outros ministérios. Eu tenho a visão que o Ministério do Esporte, em adesão a outros ministérios, também pode avançar em várias áreas, como saúde, educação, desenvolvimento social e segurança pública. Eu tenho a visão que as confederações, federações e atletas podem ajudar. Inclusive mais de 30 confederações e federações declararam apoio ao nosso nome à frente do Ministério do Esporte. E através dessa união de forças, juntando ideias, juntando sonhos e juntando aqueles que podem ajudar a concretizar isso, que nós iremos mudar a triste realidade estrutural do esporte no nosso país. É uma missão feita a várias mãos, é uma construção feita por várias pessoas, mas que nós temos a esperança que vai dar certo.

P: E sobre apostas esportivas, que é um tema que tem sido recorrente. A Câmara aprovou a taxação de 18% das casas de apostas. O senhor acredita que esse dinheiro deve ir todo para o tesouro ou parte deve ser destinado para fomentar o esporte?

André Fufuca: É engraçado. Chama loteria esportiva e o Ministério do Esporte não ter qualquer tipo de benefício na sua execução? É um pouco antagônico. Porém, a gente acredita que no debate com o Ministério da Fazenda e outros ministérios, nós também teremos uma parte. É uma nova válvula que se abre para o Brasil e para o mundo. E eu acredito que com potencial gigantesco. Não duvide, daqui a 20, 30 anos, que a gente tenha aqui um dos maiores mercados do mundo. Isso é uma visão do futuro, mas que deve ter, acima de tudo, uma concretização de presente. Eu acho que o esporte, assim como o turismo e outras áreas, tem que ser beneficiado, até para que nós tenhamos orçamento e estrutura para colocar esses pontos na prática. Não adianta a gente apenas sonhar, apenas idealizar e não ter condições para realizar tudo aquilo que eu falei. Então, uma das válvulas de escape que aparecem e que nós recebemos com bons olhos.

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'Fere todos os princípios de imparcialidade, correção e transparência': Ministro do Esporte detalha planos para acabar com manipulações esportivas

André Fufuca assumiu o cargo para substituir Ana Moser na última semana

P: Infelizmente tem sido recorrente as manipulações de resultados pelas apostas esportivas. O senhor acredita que como o Ministério do Esporte está dentro desse âmbito do esporte, ele também precisa de alguma forma fiscalizar todo esse mercado de Bet? Ele precisa atuar nessa fiscalização também?

André Fufuca: Sem sombra de dúvidas. A gente já tem um grupo de trabalho que está atuando em formulação de ideias e projetos para que sejam evitadas as manipulações. A manipulação esportiva é um fato que envergonha aonde acontece e que deve ser não apenas combatida, mas abolida. Fere todos os princípios de parcialidade, de correção e transparência.

P: Você chegou a conversar com a Ana Moser, para entender tudo o que está sendo feito e dar continuidade a alguns dos projetos dela?

André Fufuca: Eu não conversei com a ministra, não tive oportunidade, mas conversei com a sua equipe, uma equipe muito capacitada, muito técnica, e estamos formulando a iniciação de alguns projetos que não puderam ser concretizados, a continuação de outros importantes e principalmente, estaremos focados no término de algumas ações de construção e execução de estrutura que estão sendo feitas em todo o Brasil e precisam terminar. Então, apesar de não ter tido contato com a ministra, estou tendo contato com a sua equipe e todos os projetos que têm o interesse e podem trazer benefícios à sociedade, nós estaremos apoiando de bom agrado. Aproveito a oportunidade para dizer que nós não estamos aqui trabalhando como antagônicos. Ao contrário, estamos trabalhando como convergentes, como amigos. Iremos auxiliar no que for possível para concretizar o que já havia sido começado no passado.

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Novo ministro do Esporte, à betfair: 'Não tive contato com a Ana Moser'

André Fufuca (PP-MA), no entanto, garantiu que os projetos já iniciados serão mantidos; entrevista completa no betfair.com.Br na segunda-feira (18)

P: E nesses temas que foram principalmente as atuações dela. O Bolsa Atleta é mantido para atleta que está no período de gestação, a estratégia nacional do futebol feminino e a implementação da Lei Geral do Esporte. Tudo isso o ministério segue com essa mesma linha?

André Fufuca: Segue nessa mesma linha, com esse mesmo pensamento. São ações de quem tem sensibilidade na área. E eu concordo totalmente com esses três pilares que você acabou de elencar. Pode ter certeza que terá total apoio do atual ministério.

P: O senhor disse que está aberto a receber ex-atletas, pessoas ligadas ao esporte. O senhor é médico, não tem uma experiência na área esportiva. O que colocaria como a contribuição que você pode dar e, de certa forma, com esse desfavorecimento de não ter essa experiência esportiva, como o senhor vai aplicar tudo o que imagina aplicar no ministério?

André Fufuca: Quando a gente coloca um secretário, um diretor, um gestor, a primeira condição que a gente tem que avaliar não é apenas a formação, mas a capacidade de gestão dele. Eu acho que a minha juventude, minha disposição e minha capacidade de gestão irão ajudar e muito no Ministério do Esporte. Se você for analisar, um dos melhores ministros do passado foi o José Serra, na saúde, que era economista, não era médico, sanitarista e nem nada parecido. Então, no momento em que a gente coloca uma profissão como algo que será ou não louvável para o espaço, não estamos diminuindoem debate. Eu acho que a minha juventude e vontade de ajudar, será muito importante para que nós tenhamos uma construção no esporte de qualidade. É se baseando nesses pilares que eu quero tranquilizar todos os desportistas, graças a Deus eu tenho muita humildade para aprender, muita humildade de pedir ajuda, e todos serão importantíssimos na construção de um novo esporte para o Brasil. Até porque aqui ninguém faz nada sozinho, eu tenho uma visão coletiva que só a junção de forças vai ajudar o nosso país.

P: Quando você terminar sua gestão do Ministério do Esporte, o que você gostaria que deixasse de legado?

André Fufuca: Se tem algo que eu quero deixar de legado, é um legado de realizações, de construção e, principalmente, de democratização. Eu quero, ao fim da minha gestão à frente do ministério, que todos os desportistas, amantes do esporte e aqueles que têm sensibilidade e simpatia pela área, tenham a certeza que tiveram um ministro que fez tudo o que pôde, às vezes até se excedendo, para o bem do esporte, para a construção do futuro para os jovens, para a construção do futuro para desportistas nacionais. Com a benção de Deus, ao fim desta gestão, muitos daqueles que nos criticam, terão certeza que o ministério estava em boas mãos e acima de tudo foi feito um brilhante trabalho.

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