Anfitrião dosJogos Pan-Americanosde 2023, que estão sendo realizados na capital Santiago, o Chile fez história no futebol feminino nesta sexta-feira (3). E com um roteiro digno de cinema. Na decisão pela medalha de ouro, as chilenas foram derrotadas pelo México por 1 a 0, e ficaram com a prata, porém, isso tudo tendo que atuar durante os 90 minutos com uma atacante improvisada no gol.
Depois de eliminar os Estados Unidosna semifinal, a seleção feminina do Chile se classificou para a primeira final de sua história. Porém, sabendo que não poderia contar com as suas arqueiras Christiane Endler, do Lyon, que foi eleita a melhor do mundo de sua posição em 2022, e que era a titular, além da reserva Antonia Canales.
Endler precisou retornar à França, uma vez que o seu clube já tinha um acordo com a seleção para que ela fosse liberada após o término da última Data Fifa para as seleções femininas, enquanto Canales teve um imprevisto. A arqueira do Valenciaa princípio ficaria com o Chile até o final do Pan, porém, Enith Salón, que vinha atuando no time espanhol, se machucou, e por isso a suplente também precisou voltar.
Sem as duas goleiras, o técnico Luis Mena precisou quebrar a cabeça e improvisou a sua camisa 9, Maria José Urrutia, de 1,67m, 15cm mais baixa do que Endler, e 7cm do que Canales, na meta. E a atacante, apesar do gol sofrido, teve uma atuação segura no geral.
Urrutia contou também com um bom desempenho da defesa chilena e só foi vazada aos 29 minutos do primeiro tempo, quando a zagueira mexicana Rebeca Bernal, do Monterrey, cobrou falta da entrada da área e anotou o gol da vitória.
Com o resultado, as mexicanas faturaram ouro inédito no Pan-Americano, assim como as chilenas, que também conquistaram a sua primeira medalha na modalidade, conseguindo também o melhor desempenho na competição da história, já que anteriormente a melhor campanha tinha sido um 5° lugar, em 2011, no México.
Urrutia tem 29 anos e é jogadora do Colo-Colo desde 2021, depois de passar por Universidad Católica, Palestino e até mesmo pelo 3B da Amazônia, no futebol brasileiro, entre 2019 e 2020. A atacante defende a seleção do seu país desde 2018.
O bronze, por sua vez, ficou com os Estados Unidos. As norte-americanas venceram a Argentina por 2 a 0, mais cedo nesta sexta-feira.